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Afinal quem matou, você?

Todo mundo quer um país melhor, melhorar sua vida. Mas aí, eu fico pensando: E se o país realmente melhorar? O que vai acontecer? Todos terão acesso ao estudo, ao trabalho, moradia e diversão.

A fórmula é antiga. No decorrer da novela, alguém morre. Tem o vilão, ou a vilã, e como não poderia deixar de ser, é o primeiro de quem todos suspeitam. Mas para inovar, os autores resolveram mudar, e quem de menos se suspeita, este sim, é o assassino, a assassina.

A fórmula é antiga e rentável. Quantos milhões já faturaram com esta fórmula. E todo mundo embarca nesta. E muitos querem uma fatia deste bolo. Revistas, rádios, sites, jornais, todo mundo quer um pouco da grande audiência que o assassinato gerou. E especulam todas as possibilidades. Alguém diz ter ouvido algo nos corredores da emissora, ou vazou uma informação das gravações. O próprio autor coloca lenha na fogueira deixando pequenas ‘deixas’ no ar. E vamos esquecendo da nossa vida para nos preocuparmos com a vida de um personagem.

Não quero ser estraga prazer, nem tão pouco um extremista, mas cá pra nós, o que você tem feito ultimamente na frente da tv? O que tem assistido? E quando tem em mãos um jornal, uma revista, o que lê? E quando navega, que site acessa?

Não quero invadir sua privacidade. Só quero mostrar que, quem realmente estão matando, com esta história toda, é você.

 

AFINAL QUEM MATOU SEUS SONHOS?

Afinal quem matou, você?
Afinal quem matou, você?

Você vai morrendo para a vida. Sua vida vai ficando de lado, e vai se preocupando demasiadamente com a vida de um personagem. Personagem criado única e exclusivamente com este fim, prender sua atenção. Porque sua atenção gera audiência. E nada mais no mundo é tão importante quanto a tão sonhada audiência.

Estamos diante de dois caminhos, um real, com seus problemas reais, que exigem soluções reais. O outro, uma ficção, que exige de nós, apenas ficarmos sentados, ou deitados, assistindo. E mais nada.

Se um extremo é ruim, ou seja, não descansar a mente, não distrair, não divertir, não passear, não tirar umas férias, o outro extremo é tão ruim quanto.

A questão é que, as outras maneiras de descanso, de diversão, de distração, estão todas ficando de lado. Pelos mais diversos motivos.

Um exemplo, ao invés de ficarmos na frente da tv, perdendo nosso tempo com quem matou fulano, vamos para a praça, sentar no banco, ver a noite, este céu estrelado, esta lua maravilhosa. Vamos conversar um pouco, respirar um ar puro… opa, um momento.

Como posso me sentar, o banco desta praça está quebrado, e o banco ao lado está todo sujo, e naquele outro banco tem um mendigo dormindo. E veja que praça mal cuidada esta, olha a altura do mato! E aquele pessoal ali no escurinho, fumando, será droga? E reparando bem, esta praça está é quase toda escura, as lâmpadas todas quebradas.

Reparando melhor, está quase tudo destruído nesta praça. E com quem vou conversar, aquele ali, me olhando de modo estranho, será que quer me assaltar? Eu vou é voltar para casa, para meu sofá, para minha novelinha.
É… não tem jeito, te mataram mesmo. Te mataram e te mandaram para o inferno.

Então vamos para nossa novela. Lá não é perigoso, meu sofá não é quebrado, nem sujo e não vou ser assaltado.

Que vida, hein?