Foucault é um estudioso das teias sociais. Seu enfoque não está no sujeito e nem nas teorias sociais, e sim, na rede que produz o sujeito e as teorias sociais.
E é a partir do olhar sobre essa rede, essa teoria, que Foucault nos fala do uso constante e comum que foi feito da disciplina. As disciplinas são técnicas para assegurar a ordenação das multiplicidades humanas.
A disciplina fabrica corpos submissos e exercitados, corpos dóceis. Corpos aqueles que podem ser submetidos, aperfeiçoados e dominados; o que inclui praticamente toda humanidade inserida nesta sociedade. O poder disciplinar tem como função maior “adestrar”. Encontramos esses processos em: colégios, escolas primárias, hospitais, etc. Tem-se duas imagens da disciplina: a disciplina bloco, a instituição fechada, estabelecida à margem e toda voltada para funções negativas, e a disciplina mecanismo com o panoptismo, um dispositivo funcional que deve melhorar o exercício do poder, tornando-o mais rápido, mais leve e mais eficaz.
Os ensinamentos da disciplina de Foucault
Disciplina e Instituição estão sempre vinculadas na sociedade disciplinar. Sem as instituições não haveria como controlar. As instituições transmitem a lei e criam leis próprias de funcionamento também, cercando e vigiando o indivíduo em seus menores atos. O panóptico de Bentham é isso.
Uma construção feita para prisões no qual o preso é olhado por um vigia que se encontra em uma torre elevada ao centro das celas individuais que estariam configuradas lado a lado formando um círculo.
Da torre vê-se todas as celas com clareza e todos os movimentos realizados pelos presos. Das celas não se vê nem os presos próximos e nem o vigia. Assim, não há necessidade de se ter alguém de fato exercendo a vigilância o tempo todo, pois se o preso não sabe se há alguém vigiando não tem como agir.
Mas, esse modelo panóptico não ficou restrito ás prisões, estando “presente” em toda cultura disciplinar. O indivíduo é vigiado, adestrado e punido quase que permanentemente.
E as instituições são reprodutoras deste sistema. “Estamos entrando nas sociedades de controle que funcionam não mais por confinamento, mas por controle contínuo e comunicação instantânea”. Com isso, as instituições estão entrando em crise.
É a sociedade controle substituindo a disciplinar. O marketing passa a ser a forma de controle social. E agora, as instituições disciplinares são figuras cifradas, deformáveis e transformáveis.