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O Pai e o Filho Ingrato

Talvez você seja como eu, que não gosta destas histórias que parecem nos querer dar lição de moral sobre como os filhos devem tratar os pais.

Mas devo admitir que, algumas histórias nos fazem pensar melhor, nos fazem ver a vida por outro ângulo. Esta que narro agora, é uma destas. Era uma vez, em uma cidade distante, um senhor, que tinha um filho muito bonito. Um rapaz forte, com muita saúde.

Este pai, vivia preocupado porque sua condição financeira era boa e ele tinha condições de dar tudo ao filho. Bastava ele dar uma ordem e o filho teria os melhores colégios. Bastava um pedido e o filho teria os melhores empregos. Roupas caríssimas, relógios e sapatos de luxo, perfumes importados, nada era problema para este pai. Tudo, tudo mesmo, que ele quisesse dar ao filho, ele tinha todas as condições. Nas férias, ele podia escolher para onde enviaria o filho, para passear, se para os Estados Unidos, para a Europa, ou conhecer as pirâmides do Egito, ele podia deixar o filho conhecer o mundo inteiro, tinha ótimas condições financeiras para isto.

 

Mas este pai tinha uma preocupação. Ele já estava com a idade bastante avançada, saúde bem debilitada e queria dar ao filho não só bens materiais, mas principalmente, formar o filho como um homem de caráter, respeito, lealdade, bondade e humildade.

Queria que o filho tivesse todo o conforto que sua condição financeira podia oferecer, mas não queria que o filho fosse como muitos rapazes ricos, que só valorizavam o material e maltratavam e humilhavam as outras pessoas, principalmente as mais humildes.

Então, desde cedo este pai deixou que o filho tivesse a vida um pouco mais difícil. O filho precisava correr atrás de seus empregos, precisava se esforçar em escolas públicas, tinha que pegar mais de 4 ônibus por dia.

E este filho cresceu, ao contrário do que o pai queria, bastante revoltado. Sempre brigando porque o pai não o amava, o pai não dava a ele o que pedia, que seu pai era isto, seu pai era aquilo.

Este filho tinha vergonha até da roupa que vestia, mas seu pai lhe dizia: “Por que vergonha?

Foi você mesmo quem comprou esta roupa, com o dinheiro que ganhou com seu trabalho! Então, orgulhe-se!” Mas o filho respondia: “Essa porcaria de roupa, eu comprei com a miséria do dinheiro que ganho naquele maldito trabalho, pois nem um emprego em uma grande indústria o senhor conseguiu para mim, mas tendo condições, o senhor não faz nada por mim!”

 

O Pai e o Filho Ingrato
O Pai e o Filho Ingrato

O pai chorava e sofria muito, ao ver que o filho não entendia as verdadeiras razões que o levavam a agir desta forma. E ele queria ver o filho crescendo com caráter para aí sim, lhe passar tudo que tinha, suas casas, sítios, fazendas, carros, empresas, tudo enfim.

Um dia, este pai, bastante doente, acamado, estava para morrer. Mandou chamar o filho que logo entrou pelo quarto gritando: “O que você quer, velho egoísta, nunca me deu nada e agora que vai morrer, manda me chamar?”

O pai então lhe estende a mão e lhe entrega uma Bíblia. O filho pega esta Bíblia e a arremessa contra a parede dizendo: “Maldito, nem na hora de sua morte pode me dar um presente descente?”

A Bíblia cai no chão e de dentro dela sai um envelope. O filho apanha o envelope e vê que ali está uma carta lhe informando que, tudo que é de seu pai, a partir daquele momento, pertencia a ele.

O pai então, antes de morrer lhe diz a última frase: “Nesta vida, tentei lhe dar o que um homem pode ter de melhor! Mas sem estas palavras escritas na Bíblia, ninguém nunca será bom o suficiente! Espero que um dia me compreendas!”

Neste instante o filho abraçou o pai em prantos, dizendo: “Pai, me perdoa, porque só agora, eu consegui ver todo o bem que o senhor me fez nesta vida. Não quero nada de material que é seu. Só quero que fique comigo, não morra!

O pai morreu feliz, ao ver que todo o seu esforço não foi em vão.